Party: 3ª Noite das Artes - especial Ottokar Doerffel
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Uma noite especial em homenagem a um dos maiores nomes de Joinville, a 3ª Noite das Artes traz um recital com a mezzo-soprano Luciana Bueno, barítono Douglas Hahn e o pianista Matheus Alborghetti, para celebrar os 200 anos do nascimento de Ottokar Doerffel.
||||| Programa
O repertório escolhido para homenagear Ottokar Döerffel vem de encontro inicialmente ao período em que viveu (1818-1906), onde temos quatro grandes compositores: Gioachino Rossini (1792-1868), Richard Wagner (1813-1883), Gustav Mahler (1860-1911) e Franz Lehár (1870-1948). As obras apresentadas tem caráter distintos e trazem momentos importantes na história como a ópera Tannhäuser, onde Wolfram que a ama em segredo, pressente a sua morte e canta-lhe uma das mais doces e belas árias “O du, mein holder Abendstern”.
A sinfonia n° 2 Ressurreição de Mahler nos traz o quarto movimento com a canção Urlicht que se refere ao herói onde readquire a sua fé e a esperança. Com Rossini entramos num momento leve e descontraído da ópera com O Barbeiro de Sevilha oferecendo uma música milimétrica em seus detalhes e execução, e que vai um pouco de encontro ao que Ottokar realizou, com diversas atividades durante sua trajetória e seus afazeres na cidade. A ária Largo al Factotum retrata certamente um pouco de como era sua vida nessa época.
Encerrando a noite com um tema muito conhecido do repertorio de operetas, gênero que foi amplamente difundido em sua época com a opereta Die lustige Witwe (A viúva alegre) e que trará
uma sensação nostálgica para essa linda noite dedicada à arte. Douglas Hahn – Diretor Artístico Harmonia Lyra
||||| Repertório
Urlicht (Gustav Mahler)
da 2° Sinfonia “Ressurreição”
O du mein holder Abendstern (Richard Wagner)
da ópera “Tannhäuser”
Una voce poco fa (Gioacchino Rossini)
da ópera “Il Barbiere di Siviglia”
Largo al factótum (Gioacchino Rossini)
da ópera “Il Barbiere di Siviglia”
Dunque io son, tu non m’inganni (Gioacchino Rossini)
da ópera “Il Barbiere di Siviglia”
Lippen Schweigen (Franz Lehar)
da opereta “Die Lustige Witwe” (A Viúva Alegre)
||||| ARTISTAS
Luciana Bueno, mezzo-soprano
Douglas Hahn, barítono
Matheus Alborghetti, pianista
||||| Informações
QUANDO: 24 de março | HORÁRIO: 20h
INGRESSO SOLIDÁRIO: 3 quilos de alimentos não perecíveis, retirar na secretaria da Harmonia Lyra – rua XV de Novembro, 485 – das 9h às 11h45 e das 14h15 às 17h45
||||||| UM PERSONAGEM EMBLEMÁTICO
Prefeito de Glauchau/Alemanha; contador e tesoureiro na direção da Colônia Dona Francisca; primeiro prefeito de Joinville, fundador do segundo jornal em alemão da região sul do Brasil, o Kolonie-Zeitung (1862-1942); fundador da Sociedade Harmonie; primeiro cônsul honorário e com importante atuação na fundação da Colônia Agrícola de São Bento do Sul.
Foi cronista, matemático e jornalista – escreveu três livros importantes para a história da Colônia Dona Francisca. A belíssima casa que construiu, é sede do Museu de Arte de Joinville desde 1976.
||||| Ottokar Doerffel por Dilney Cunha - Historiador:
Para Ottokar Dörffel, advogado e ex-prefeito da cidade de Glauchau, na Saxônia, a reação conservadora, que esmagou o movimentos liberais e democráticos, mantendo o regime absolutista, representava o fim de um ideal de uma sociedade mais justa.
Ele e a esposa Ida, a exemplo de milhões de pessoas no século XIX, vão tomar a mais difícil decisão de suas vidas: emigrar,deixar seus lares, se despedir dos familiares e amigos e atravessar o imenso oceano, rumo a uma terra desconhecida, onde recomeçariam suas vidas. Vão tentar realizar esse sonho em uma terra muito distante e desconhecida: o Brasil, a recém-criada Colônia Dona Francisca, atual cidade de Joinville.
A adaptação foi terrível; Joinville não oferecia infra-estrutura adequada, tudo era diferente: o clima, a fauna, a flora, o idioma, a culinária, as técnicas agrícolas, as moradias. E foi justamente nesse ambiente infernal que Ottokar Dörffel se destacou.
Sua intensa participação na vida social, ajudando a criar ou dirigindo várias associações comunitárias, sua retórica eloquente, seu perfil realizador e conciliador, sua figura patriarcal e enérgica, transformaram-no em um dos personagens mais influentes da cidade. Frequentemente apareciam pessoas para pedir-lhe conselhos, desde humildes colonos até autoridades. Quando adoeceu gravemente em 1870, parentes e amigos, juntamente com sua esposa se revezaram para cuidar dele. De acordo com o relato de Ida Dörffel, todos os dias cerca de 20 a 30 pessoas vinham visitá-lo.
Suas qualidades de orador ficaram famosas; era chamado de “mestre da retórica” e sempre era convidado a discursar em eventos importantes na cidade. Ottokar Dörffel nunca foi dado a vícios, vaidades e ostentações. Manteve um estilo discreto e simples até o fim, quase como um asceta. Não tinha grandes posses materiais; interessava-se muito mais pelos bens espirituais, pela contemplação da Natureza e pelo bem do próximo.
Dörffel materializou suas crenças e suas ideias na construção de seu lar, onde residiu durante mais de quatro décadas (1864 a 1906). Sua residência foi por ele mesmo projetada para ser uma espécie de Templo sagrado, onde deveriam morar, segundo os dizeres que mandou afixar na fachada “o Amor, a Liberdade e a Piedade”.
/// Udo Döhler – Prefeito de Joinville
É com grande orgulho que celebramos os 200 anos de Ottokar Doerffel. Sua contribuição para o desenvolvimento de Joinville é inestimável. Nos primórdios da Colônia Dona Francisca, o vereador e prefeito Ottokar Doerffel batalhou para consolidar os princípios que balizaram Joinville como uma cidade trabalhadora e justa. Pensador incansável, graças a ele nossa cidade contou com o jornal Kolonie-Zeitung.
Sua casa tornou-se sede do Museu de Arte, o símbolo perfeito do imenso legado cultural que Ottokar Doerffel deixou no município. Cabe a todos nós honrar seus ensinamentos e continuarmos zelando por Joinville, a cidade que ele tanto amou.
/// Álvaro Cauduro – Presidente Harmonia Lyra
Tal qual a luz das estrelas que viajam no espaço e no tempo, iluminando o escuro da noite, assim também brilham nossos antepassados mostrando-nos o caminho.
No céu de Joinville, Ottokar Dörffel sem dúvida é uma luz de grandeza inigualável.
Homem de múltiplos talentos dedicou seu tempo a inúmeras tarefas importantíssimas na formação da nossa identidade joinvilense, como político, como empresário, como jornalista, escritor e advogado; alcançando respeito e admiração de seus pares.
Mas no seu dizer, o trabalho mais significativo que realizou foi em prol da cultura, ocupando a função de Diretor Artístico da Sociedade Harmonia Lyra por 25 anos ininterruptos, sociedade que fundou e que este ano completa 160 anos de trabalhos dedicados a melhorar a vida das pessoas através da arte e da cultura.
A importância do seu legado como pilar fundamental do nosso desenvolvimento é inestimável.